FORTE DO PENEDO – DA RESISTÊNCIA À LIBERDADE

April 03, 2020
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Actulamente a sua importância na malha urbana e o seu destaque é invisível pois foi engolido pelas instalações do Porto de Luanda, outrora desempenhava um importante papel na defesa da vila de São Paulo de Luanda no período colonial.

Localizada junto das barrocas da Boavista, o forte de São Francisco do Penedo fazia parte do conjunto de fortes - a Fortaleza de São Miguel e o Forte S. Pedro da Barra- de proteção da cidade de Luanda que foram construídas segundo as indicações de rei Filipe III de Portugal (1621-1640).

Desde a sua edificação aos dias de hoje o forte teve relação com questões políticas e de defesa da baía de Luanda.

No caso dos outros fortes falharem ficava sob a responsabilidade do Penedo fazer a defesa terrestre e marítima para evitar a invasão da cidade de Luanda.

Tal como outras edificações foi sofrendo alterações, ajustadas as necessidades e a função que desempenhava: a sua planta original tem como limite a primeira fileira de muralhas e os espaços de apoio ao seu funcionamento no interior desse perímetro: cadeias colectivas e privadas, salas de isolamento e espaços de apoio. Num segunda fase foi feita uma segunda muralha onde houve a expansão dos espaços para as cadeias colectivas e individuais e foi feito um segundo piso para albergara as patentes superiores que trabalham no forte. Foi nesta fase que foram inseridos como soldados alguns africanos que apenas circulavam entre a 1ª e a 2ª muralha, não tendo acesso aos níveis superiores e em alguns casos as alas onde se encontravam os presos “valiosos”.

As fases de expansão também são notórias pelo tipo de material utilizado – pedras do Brasil, calcário de Cacuaco, cerâmico nas tubagens, entre outros.

Actualmente o Forte do Penedo será convertido no Museu da Liberdade que contará um trecho da história da luta de independência de Angola. O museu terá um percurso desde a entrada, caminhando pelas várias celas colectivas e privadas, alas de isolamento, capela, área de vigia e dos canhões e ainda a parte nova que fica na parte sudeste do forte.

Preservar estes pedaços da história de uma nação é importante para a passagem dos verdadeiros valores de patriotismo, se não se preservar e contar a história as gerações futuras nenhuma nação pudera prosperar. Como queremos que os kandegues de hoje tenham valores se não conhecem a verdadeira história da sua família, do seu povo, da sua cidade e do seu país?

Os vestígios da história vão sendo invisibilizados e esquecidos até mesmo por quem fez parte desse património portanto é mais que urgente preservar, valorizar e divulgar este legado que faz parte da nossa história e quando se apaga o passado não se consegue ver o futuro.

 

ARQ.ª MALWA TEIXEIRA PIRES, SOAPRO