Eng. Manuel Resende de Oliveira. Engenharia - Angolanidade
Março 07, 2023

Foi com pesar e um sentimento de perda colectiva que soubemos do falecimento do Eng. Manuel Resende de Oliveira, um dos fundadores da PROGEST e uma referência da engenharia angolana, pela sua excelência técnica, ética profissional e sobretudo pela sua angolanidade.
Parte um amigo, colega de profissão, concorrente e inspiração pelas causas que defendia.
Obrigado por tudo Eng. Resende.
SOAPRO.
Mensagem do Eng. Domingos Guimarães um dos fundadores da SOAPRO e contemporâneo do Eng. Manuel Resende de Oliveira.
"Embora não o conhecendo pessoalmente, fiquei muito sensibilizado quando o Zé Luis Guerra Marques me convidou em Abril de 1989, ainda no LEA, a integrar o corpo técnico da Progest, que julgo ter sido ideia conjunta do Valério e do Resende de Oliveira.
Enquanto conduziu a Empresa de Obras Públicas e Pontes, nos anos que antecederam a Independência de Angola, e tendo assistido ao êxodo de imensos quadros que deixaram Angola momentos antes do nosso 11 de Novembro, ele ficou prestando ao País todo o seu empenho como excelente técnico que era.
Decorriam as obras no Bairro Golfe, com imensos problemas porquanto viviam-se momentos conturbados e de instabilidade política já ele tinha sido empossado pelo Presidente da República Dr. Agostinho Neto, como Ministro das Obras Públicas logo a seguir à concessão da Nacionalidade Angolana. Tratava-se de um cidadão nascido em Portugal, que assumiu de corpo inteiro posições de cidadão íntegro e ligado a causa do Povo Angolano. Mobilizou os quadros ligados à construção nos primeiros tempos da Independência, criando um espírito mobilizador que a todos motivou para que todas as dificuldades daqueles momentos difíceis fossem ultrapassados.
Reconhecidamente nos anos oitenta e seis, em que Angola passou imensas dificuldades financeiras para assumir os compromissos com os expatriados, ele teve um papel importante na esperança de que tempos melhores viriam, e assim manteve toda uma equipa à frente do Ministério de Construção naquela que foi a obra de reconversão dos musseques na zona periférica da cidade de Luanda, infraestruturando e construindo vias, saneamento, escolas, creches…
Em todo o País ele mobilizou os poucos quadros que ficaram nas Províncias, nomeando-os representantes das directivas baixadas do Partido único que governava Angola. Foi um zeloso cumpridor dessas directivas não se lhe conhecendo quaisquer interesses lucrativos pessoais. Foi o primeiro português, depois da Independência a que foi atribuída a nacionalidade angolana pelo então Fundador da Nação.
Ainda nos anos finais da década de oitenta criou a Empresa de Projectos com os irmãos, Valério e José Guerra Marques, já fora de qualquer actividade política, que se dedicou a elaboração de projectos e acompanhamento de obras.
Destacou-se pelo seu empenho técnico-profissional, desprovido de interesses materiais e financeiros, que levou uma vida sem luxos e sem ostentações. Sempre numa atitude construtiva e empenhada na reconstrução do País.
O seu espirito esclarecido e portanto critico em relação a muitas decisões controversas e não técnicas, foi uma inspiração para muitos de nós, especialmente para quem partilhe do maior propósito que um engenheiro pode ter, a melhoria da qualidade de vida de todos nós”.
R.I.P.
Domingos Guimarães
SOAPRO
Parte um amigo, colega de profissão, concorrente e inspiração pelas causas que defendia.
Obrigado por tudo Eng. Resende.
SOAPRO.
Mensagem do Eng. Domingos Guimarães um dos fundadores da SOAPRO e contemporâneo do Eng. Manuel Resende de Oliveira.
"Embora não o conhecendo pessoalmente, fiquei muito sensibilizado quando o Zé Luis Guerra Marques me convidou em Abril de 1989, ainda no LEA, a integrar o corpo técnico da Progest, que julgo ter sido ideia conjunta do Valério e do Resende de Oliveira.
Enquanto conduziu a Empresa de Obras Públicas e Pontes, nos anos que antecederam a Independência de Angola, e tendo assistido ao êxodo de imensos quadros que deixaram Angola momentos antes do nosso 11 de Novembro, ele ficou prestando ao País todo o seu empenho como excelente técnico que era.
Decorriam as obras no Bairro Golfe, com imensos problemas porquanto viviam-se momentos conturbados e de instabilidade política já ele tinha sido empossado pelo Presidente da República Dr. Agostinho Neto, como Ministro das Obras Públicas logo a seguir à concessão da Nacionalidade Angolana. Tratava-se de um cidadão nascido em Portugal, que assumiu de corpo inteiro posições de cidadão íntegro e ligado a causa do Povo Angolano. Mobilizou os quadros ligados à construção nos primeiros tempos da Independência, criando um espírito mobilizador que a todos motivou para que todas as dificuldades daqueles momentos difíceis fossem ultrapassados.
Reconhecidamente nos anos oitenta e seis, em que Angola passou imensas dificuldades financeiras para assumir os compromissos com os expatriados, ele teve um papel importante na esperança de que tempos melhores viriam, e assim manteve toda uma equipa à frente do Ministério de Construção naquela que foi a obra de reconversão dos musseques na zona periférica da cidade de Luanda, infraestruturando e construindo vias, saneamento, escolas, creches…
Em todo o País ele mobilizou os poucos quadros que ficaram nas Províncias, nomeando-os representantes das directivas baixadas do Partido único que governava Angola. Foi um zeloso cumpridor dessas directivas não se lhe conhecendo quaisquer interesses lucrativos pessoais. Foi o primeiro português, depois da Independência a que foi atribuída a nacionalidade angolana pelo então Fundador da Nação.
Ainda nos anos finais da década de oitenta criou a Empresa de Projectos com os irmãos, Valério e José Guerra Marques, já fora de qualquer actividade política, que se dedicou a elaboração de projectos e acompanhamento de obras.
Destacou-se pelo seu empenho técnico-profissional, desprovido de interesses materiais e financeiros, que levou uma vida sem luxos e sem ostentações. Sempre numa atitude construtiva e empenhada na reconstrução do País.
O seu espirito esclarecido e portanto critico em relação a muitas decisões controversas e não técnicas, foi uma inspiração para muitos de nós, especialmente para quem partilhe do maior propósito que um engenheiro pode ter, a melhoria da qualidade de vida de todos nós”.
R.I.P.
Domingos Guimarães
SOAPRO